Há um grande número de coleções de Sutras no cânone do budismo Mahayana, muitos dos quais se contradizem. Um Sutra como o Tathagatagarbha pode afirmar a existência de uma Natureza-Buddha indestrutível, bem como o Samdhinirmocana Sutra fala da existência de um significado último ou definitivo, além da linguagem, além das palavras. Já o famoso Sutra do Coração (Prajñāpāramitāhṛdaya) fala de ausência de existência inerente do eu e dos fenômenos, ou seja do que é relativo ou "provisório" em significado.
Os Sutras Tathagatagabha e o Sandhinirmocana Sutra, portanto, complementam os Sutras Prajna-Paramita, como o Sutra do Coração, uma vez que o primeiro trata da realidade incognoscível para além das realidades convencionais do mundo fenomênico e dual com sua multiplicidade de formas (este sim de natureza vazia de existência inerente e sem uma essência permanente embora convencionalmente/relativamente seja dotado de concretude). A Realidade Última indestrutível de onde tudo emana, a base que torna possível, o Nirvana.
Dölpopa, em O Quarto Concílio, explicita tal visão:
"Portanto, a Realidade Última de todos os sūtras e tantras profundos, que cuidadosamente apresentam Tathatā e daí por diante, é o Vazio de Outro, nunca o vazio de natureza própria.
É absoluto, nunca relativo.
É Natureza Verdadeira (Dharmatā), nunca um fenômeno (dharma).
É o meio, nunca um extremo.
É o Nirvāṇa, nunca saṃsāra.
É percepção direta (jñāna), nunca consciência (vijñāna).
É puro, nunca impuro.
É Ātman sublime, nunca é nada.
É suprema bem-aventurança, nunca sofrimento.
É permanente e estável, nunca impermanente.
É autogerado, nunca gerado de outro.
É o plenamente estabelecido, nunca o imaginado.
É natural, nunca fabricado.
É primordial, nunca incidental.
É Buddha, nunca um ser senciente.
É o grão, nunca a casca.
É o significado definitivo, nunca o significado provisório."
O significado último neste caso se refere ao significado último da realidade de Dharmata ou Dharmakaya, o Vazio de Outro (Shentong).
Texto escrito e trecho traduzido por Bruno Carlucci em 2016 e revisado em 2018.
É percepção direta (jñāna), nunca consciência (vijñāna).
É puro, nunca impuro.
É Ātman sublime, nunca é nada.
É suprema bem-aventurança, nunca sofrimento.
É permanente e estável, nunca impermanente.
É autogerado, nunca gerado de outro.
É o plenamente estabelecido, nunca o imaginado.
É natural, nunca fabricado.
É primordial, nunca incidental.
É Buddha, nunca um ser senciente.
É o grão, nunca a casca.
É o significado definitivo, nunca o significado provisório."
O significado último neste caso se refere ao significado último da realidade de Dharmata ou Dharmakaya, o Vazio de Outro (Shentong).
Texto escrito e trecho traduzido por Bruno Carlucci em 2016 e revisado em 2018.